terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
No jornal (Caetano Álvares) - 26 - Pondo o dono para correr
Um ex-redator, já aposentado lá pela década de 1990, passou a dedicar-se a uma associação de defesa ambiental e de tempos em tempos ia à redação para pedir que se publicassem notas sobre as atividades das quais participava. Catalogado, por essa persistência, como chato de nível um (a mais alta posição da categoria), toda vez que aparecia ele tomava pelo menos uma hora de suas vítimas. Sua intenção era nobre, mas ele era tão veemente e prolixo, ao defendê-la, como se estivesse propondo a reconstrução de Pompeia. Por isso, numa das noites em que ele despontou num dos cantos da sala imensa e começou a andar no rumo do mesão (onde trabalhava a editoria da primeira página), Julinho Mesquita e o secretário de redação Luciano Ornelas não hesitaram. Abaixaram-se, ficaram de cócoras e, como soldados batendo em retirada, foram assim, escondidos, até a ala em que ficavam as salas da diretoria, onde se mantiveram até não verem mais sinal nenhum da presença do nobre publicista. Este talvez não saiba até hoje (e já é hora de lhe reconhecer a façanha), mas foi o único que fez um dos donos do jornal fugir engatinhando. O nome? Randolpho Marques Lobato.
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