domingo, 4 de julho de 2010
Arte e loucura
O gênio artístico e a sandice costumam ser bons amigos. Fernando Pessoa sintetizou isso quando escreveu: "Sem a loucura, que seria do homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?" Virginia Woolf, depois de cada livro escrito, imergia numa vertigem tão grande do corpo e da alma que não será errado dizer que cada uma de suas obras foi uma incitação coerente para aquilo que alguns tolos ainda chamam de tresloucado gesto. A loucura sempre há de ser uma grata companhia para quem busca na arte não um efeito de beleza, mas a consumação e, mais que isso, a consumpção do ser. Controlar a loucura, iludi-la de qualquer forma, é o maior crime que alguém pode cometer contra uma alma artística e a pior atrocidade que um artista pode impor a si mesmo.
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