"O Oscar mais emocionante de todos foi o de 1973, com a homenagem a Charles Chaplin. Conheci o Carlitos, jantei com ele certa vez. Chaplin foi muito injustiçado. Por causa da simpatia dele pelas esquerdas, teve de abandonar os Estados Unidos e exilar-se na Suíça em 1952, com aquela perseguição anticomunista do pós-guerra, o macartismo. Voltou vinte anos depois para ser homenageado. Não deixava também de ser uma espécie de pedido de desculpas. Ele estava velhinho, com 88 anos, morreria quatro anos depois, no Natal de 1977.
Nesse Oscar apareceu o 'menino', já careca, Jack Coogan, que fez o célebre filme com ele: O garoto, em inglês The kid, de 1921. Não se viam fazia anos. Todo o mundo chorou. Depois fomos jantar em grupo.'"
(Do livro Um século de boa vida, publicado pela Editora Globo.)
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